HISTÓRICO
GRUPAMENTO DE PROTEÇÃO AMBIENTAL/GPRAM
No ano de 1963, o Estado do Paraná foi assolado por um dos maiores incêndios florestais que se tem notícia. Chamou-se naquela época tal evento de “Paraná em Flagelo”. Foram queimados aproximadamente 2.000.000 hectares entre plantações, florestas e campos, tendo ainda o trágico saldo de 173 mortes e cerca de 4.000 residências queimadas, desabrigando 5.700 famílias. Por ser um assunto novo à época, as ações de combate foram extremamente dificultadas, tendo em vista a escassez de pessoal especializado e meios necessários.
A partir deste fato, viu-se a necessidade de se organizar uma estrutura para o combate a incêndios florestais, com homens treinados e materiais e equipamentos especializados.
Foram desenvolvidos estudos viabilizando a implantação de um curso que contemplasse o assunto em questão. Dessa forma, o Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná – CBMPR formava então, no ano de 1967, a primeira turma no Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. A formação e doutrina foram baseadas no sistema do United States Forest Service.
Criação da 1ª e 2ª Companhia de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal/CBMDF
No dia 10 de agosto de 1986 houve a criação da 1ª Companhia de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal – 1ª CPCInF, primeira companhia especializada em combate a incêndios florestais no país. O 1º Comandante foi o Major QOBM/Combatente Carlos Alberto Ferreira – de 15/09/88 a 21/12/90. A 2ª CPCInF, em Taguatinga, somente veio a ser criada no ano de 2000, para atender as demandas da então Área Oeste de atuação do CBMDF, ficando a 1ª CPCInF responsável pela Área Leste do Distrito Federal.
Know-how do CBMPR:
Em 1988, instrutores do CPCIF do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná – CBMPR vieram ao Distrito Federal para ministrar aos bombeiros de Brasília curso sobre Prevenção e Combate a Incêndios Florestais – PCIF.
Em 1989, bombeiros de Brasília foram enviados para cursar o CPCIF do CBMPR e, consequentemente, difundir em nossa corporação uma doutrina de PCIF.
Criação do 1º Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais – CPCIF em 1990 do CBMDF:
Em 1990 foi criado o Curso de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal – CPCIF do CBMDF. O Curso visa especializar o aluno para a função de prevenção, combate, comando, emergência e socorros de urgências, sobrevivência e adaptação ao bioma Cerrado, dentre outras áreas de conhecimento. Foram formados até hoje mais de 600 militares do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e de diversos Corpos de Bombeiros do Brasil, como Amazonas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Sergipe, Paraíba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, além de militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, o que o torna um dos cursos mais conceituados nessa área. Em 1998 formou a 1ª combatente florestal do País: 2º Ten. QOBM/Comb. Daniela Rodrigues Ferreira. Em 2022, será realizado o 28º CPCIF.
Operação Verde Vivo
Em 1999, foi criada a Operação Verde Vivo. Essa operação consiste em um plano com a finalidade apresentar as diretrizes para o desenvolvimento das ações de prevenção e combate a incêndio florestal pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, prevendo e organizando meios e recursos necessários para minimizar os danos à população e ao meio ambiente do Distrito Federal, em virtude da grande incidência de incêndios florestais no período de estiagem. O serviço de prevenção e combate aos incêndios florestais tem por objetivo adotar as medidas necessárias para que os recursos do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal sejam empregados da forma eficiente, de modo a impedir a ocorrência dos incêndios florestais e, quando não for possível evitar o seu surgimento, reduzir os seus efeitos.
Capacitação
Para tornar a atuação cada vez mais efetiva, foram realizadas visitas técnicas a corporações de bombeiros de outros países: USA, França, Portugal e Espanha. Foram enviados militares para cursar o Hot Shot Training nos USA nos anos de 1991, 2001, 2003 e 2004.
Cursos no Exército 1998:
Estágio de Sobrevivência na Selva;
Estágio de Adaptação à Caatinga;
Estágio de Montanha;
Estágio de Adaptação ao Pantanal;
Todos esses cursos colaboraram para a consolidação da doutrina de PCIF no CBMDF. Os conhecimentos adquiridos em locais especializados e com biomas diversos, possibilitaram que o CPCIF do CBMDF formasse combatentes florestais capacitados a prevenir e combater Incêndios Florestais nos diversos biomas brasileiros.
2004 – Criação do 4º Batalhão de Incêndio / Florestal:
Ocorre reformulação do CBMDF e é feita a Junção das 1ª e 2ª CPCInf formando uma única unidade, o 4º Batalhão de Incêndio Florestal.
2010 – Grupamento de Proteção Ambiental – GPRAM:
Por meio do Decreto Nº 31.817, de 21 de junho de 2010 o Grupamento de Proteção Ambiental é criado e recebe, além da incumbência de ser responsável pelas atividades de PCIF, a responsabilidade das atividades relacionadas ao Serviço de Atendimento a Emergência com Produtos Perigosos – SAEPP.
“Compete ao Grupamento de Proteção Ambiental do CBMDF, Unidade operacional especializada responsável pelas atividades de prevenção e combate a incêndios florestais, emergências com produtos perigosos e demais ações de proteção ao meio ambiente.”
Missões em Âmbito Nacional
A partir de 1998, o CBMDF começou a participar de missões de combate em âmbito nacional:
Roraima: 1998 -18 dias / 286 militares
Xingu – MT: 1998- 14 dias / 70 militares
Ilha do Bananal – TO: 1998 – 42 dias / 200 militares
SINOP – MT: 1998 – 14 dias / 90 militares
Chapada dos Veadeiros – GO: 1998 – 08 dias / 70 militares
Acre: 2005 – 09 dias/ 30 militares
Chapada Diamantina – BA: 2007 – 20 dias/ 10 militares
Cabeceiras – GO: 2012 – 3 dias/ 9 militares
Chapada Diamantina – BA: 2015 – 25 dias/ 90 militares
Roraima: 2016 – 30 dias/ 40 militares
Chapada Diamantina: 2018 –
Pantanal Mato Grossense: 2020 –
O GPRAM atualmente se orgulha em poder contribuir com a formação na área de PCIF de militares e civis de todo o Brasil e de outros países, bem como, de promover a educação ambiental em diversos setores da comunidade do Distrito Federal. Por meio de vários convênios de colaboração, foram realizadas diversas capacitações de Brigadas pelo Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio. Foram deslocados militares para vários estados: Bahia, Pará, Maranhão, Acre, Rondônia, Amapá, Amazonas, Roraima, Ceará, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Tocantins, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo.
Curso Internacional de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal
Em 2011, o GPRAM teve o privilégio de ter sido escolhido pela ABC – Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, para ministrar a 29 pessoas, de 28 países de quatro continentes, o 1º Curso de Prevenção e Combate a Incêndio Florestal Internacional – CPCIFI. Tal evento trouxe grande visibilidade ao CBMDF e, consequentemente, ao GPRAM.
Histórico do Poder operacional – Viaturas
A primeira viatura utilizada pela 1ª CPCInf, no serviço de PCIF, foi uma caminhonete da montadora Toytota, com carroceria, adquirida pelo CBMDF e denominada: ABS 15. Outras viaturas foram incorporadas ao serviço por meio de convênios, como por exemplo, o ARF 01, uma F 1000 Ford doada por convênio pelo IBAMA. A partir daí, o CBMDF começou a investir em novas viaturas, cronologicamente até o ano 2000, listadas a seguir:
Auto Bomba Tanque Florestal – ABTF
Auto Transporte de Tropa – ATT.;
Auto Incêndio Florestal – AIF;
Auto Rápido Florestal – ARF.
Atualmente o CBMDF conta com novas viaturas, adquiridas com o propósito exclusivo para o combate aos incêndios florestais como: 22 viaturas ABTF, 24 ATT, dois aviões Air Tractor Nimbus 1 e 2.
Além disso, dois helicópteros Resgate 03 e 04 e o Resgate 05, avião monomotor (utilizado para monitoramento) utilizados especialmente durante a Operação Verde Vivo.
Conclusão
Durante todo esse processo ficou evidenciado a evolução das tecnologias empregadas pelo CBMDF desde a 1ª CPCInF até hoje no GPRAM. A influência do serviço de PCIF ficou evidente em vários âmbitos. As operações de combate aos incêndios florestais em outros estados e instruções externas por todo o Brasil na formação de civis e militares de várias corporações fizeram com que o serviço de PCIF oferecido pela Corporação fosse atualmente reconhecido como referência nacional.