A Intervenção em Produtos Perigosos no CBMDF
O desenvolvimento da sociedade humana levou ao aumento considerável de produtos que necessitam de substâncias químicas para sua produção. Essas substâncias, muitas vezes perigosas, são transportas e manipuladas cada vez em maior volume. Não somente substâncias químicas, mas as radiológicas, biológicas e nucleares são ameaças constantes em uma sociedade em desenvolvimento.
O Serviço de Atendimento a Emergências com Produtos Perigosos – SAEPP foi instituído através da Portaria n° 024 de outubro de 2004, na qual foi criada tal atividade para atender a todo tipo de emergência que envolva Produto Perigoso Químico, Biológico e Radiológico e fora colocado a cargo do Grupamento de Proteção Ambiental (GPRAM) pelo Decreto do GDF nº 31.817 de 21 de junho de 2010 art. 31 item I letra B.
O Grupamento de Proteção Ambiental, unidade especializada na atividade de atendimento às emergências com produtos perigos, tem a missão de capacitar os militares da unidade, bem como do CBMDF nessa atividade. A visão de futuro de uma instituição de alto desempenho que atua nas emergências com produtos perigosos é ter seus membros habilitados na atividade. Dessa forma, o GPRAM, tem como meta especializar seus militares em nível Técnico e os demais bombeiros do CBMDF no nível Operações.
O Grupamento de Proteção Ambiental, por meio do Boletim Geral n° 137, de 29 de julho de 2014 fez público a Portaria de Normatização dos Níveis de Competências para atuação em ocorrências com produtos perigosos. Do Art. 11º ao 34º são apresentadas todas as obrigações e responsabilidades desse Nível de Competência.
A necessidade em se habilitar todos os militares do CBMDF, no Nível Operações, acompanha uma tendência mundial no atendimento às emergências envolvendo Produtos Perigosos.
Em viagem aos EUA, West Virginia, no centro de treinamento da Guarda Nacional em Camp Dawson, a delegação do GPRAM pode observar que todos os grupamentos de bombeiros no país possuem conhecimentos básicos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para um primeiro atendimento, em caso de acidente envolvendo Produtos Perigosos. Apesar de possuírem centros especializados na atividade, como o CST (Civil Support Team – Equipe de Suporte aos Civis), o conhecimento básico é repassado a todos os Grupamentos de Bombeiro, pois estes serão os primeiros no local.
O mesmo ocorre no Distrito Federal, sempre que uma ocorrência envolvendo Produtos Perigosos acontece, o GBM (Grupamento de Bombeiro Militar) mais próximo é o primeiro respondedor no local, ao chegar ao local o comandante avalia a situação e aciona o socorro especializado, caso julgue necessário.
Neste sistema, sem militares habilitados no nível operações, pode-se incorrer em dois grandes erros, o comandante não mensurar corretamente o acidente, e não acionar o socorro especializado por falta de conhecimento, ou acionar o socorro e por ser distante o local do sinistro do centro especializado – GPRAM, o socorro demorar a chegar no local e o comandante tomar ações errôneas enquanto o socorro especializado não chega. A demora do socorro especializado no local do sinistro pode ocasionar em contaminação dos primeiros militares no local ou agravamento da situação das vítimas envolvidas no sinistro.
Sendo assim, é vital a especialização dos militares do CBMDF, pois estes terão os conhecimentos necessários para isolar o local, tentar identificar o produto, tomar as medidas de segurança necessárias, acionar o socorro especializado e auxiliar o técnico em diversos procedimentos necessário para o controle do contaminante, retirada das vítimas e recolhimento ou neutralização do Produto Perigoso.